Início | Cantinho Rasta | Música no Rádio | Ras.Bhenda | Fotos | Contacto
Última actualização:
Mostrar mensagens com a etiqueta rastafari. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta rastafari. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Recolher a vida, ou vivê-la?

Ter e ser são coisas mesmo diferentes... sim, eu acho que tenho muita coisa, muita informação, mas quanta dessa é que integro de maneira a que a minha vida melhore, ou ainda que a vida das pessoas que me cercam seja melhorada?

Ser Rastafari tornou a minha vida melhor? A música fez mais pessoas felizes? A Pós-Graduação tornou-me melhor na relação de ajuda?

domingo, 15 de novembro de 2009

Nascimento da Luana


[leia mais...]


Há coisas que nos mudam de dentro para fora, ter um filho é assim, e aprendi bem o que isso era, o que eu não esperava era o "baque", que foi ter outra filha, onde eu pensava que era mais do mesmo, a Luana mostrou-me tudo o que de diferente se pode fazer numa segunda vez, tornando-a tão memorável como a primeira... aliás tornando-a incomparável... É o seu espaço, a sua maneira de mostrar o mundo a nós que já cá andamos há "tanto" tempo!

Obrigado ao Mais Alto, por todas as bençãos que me deu e me continua a dar.

Jah Bless

[leia menos...]

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Colóquio Rastafari na Lusolândia

Hoje vou ver uma exposição motivada pelos 50 anos volvidos da passagem de Haile Selassie I por Portugal.
Como alguns saberão, a coroação de Ras Tafari Makonnen, terá preenchido a profecia de um líder espiritual negro vindo de África, profetizado por Marcus Mosiah Garvey, dando um empurrão exponencial ao movimento conhecido como Rastafari.

Para quem quiser saber mais...
COLÓQUIO RASTAFARI NA LUSOLÂNDIA – NO CINQUENTENÁRIO DA VISITA OFICIAL DE HAILÉ SELASSIÉ A PORTUGAL, 1959-2009

Nova foto de perfil

Como não tenho tido muito tempo para o Blog, aqui vai a única coisa que fiz... mudar a imagem de perfil...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Rastamia

produced by http://www.transnationalproductions.com/

Um vídeo muito interessante sobre a cultura rastafari, e o seu impacto na consciência Pan Africana. Só para quem quiser saber mais!

domingo, 21 de junho de 2009

Não sou africano

Estou mais calmo... De facto vivemos no paraíso, e como Jah falou, neste Jardim o Homem terá tudo o que precisa.

Foi-me dito que para ser africano, é preciso ter nascido em África, ter vivido em África, ter pais Africanos, ter côr Africana... e que por isso eu não sou africano, não preencho todos esses requisitos.

É verdade! [leia mais...]


Raiva banhou a minha vida... como é que me podem desdenhar assim!
Para os angolanos sou português, para os portugueses sou angolano, para os Lusodescententes nascidos em Angola, eu sou ainda menos angolano que eles!

Durante anos lutei para convencer a todos que eu era africano, queria ir a festas angolanas, queria gostar de comida africana, queria ser promíscuo como os homens angolanos, mas por mais que fizesse nunca sentia a aceitação, nem a "deles" nem a minha.

Com o tempo fui percebendo que só possuo a minha alma, espiritualmente ligado a todos, sou uma semente com a Doce Missão de Crescer na Luz do InI Caminho. Compete-me a mim nutrir esta semente com Amor e Paz. Este africano que procurava... eu não sou, porque eu não o conheço... é o kuduro? É o calão? É a guerra fratricida que ceifou o meu pai? É a soberba nacionalista? É Angola, Cabo Verde, Togo, África do Sul, Nigéria, Marrocos... não sei, e de facto não me revejo em nehum!

Revejo-me noutros símbolos e vivências: o amor à terra e às pessoas, uma visão cosmogônica mais ecoconsciente, o valor da família, as expresões artísticas, o sorrir no meio da adversidade, a comida, o canto...

Tudo é um, e uma coisa não existe sem a outra, fazer e ser são como o Ying e o Yang, não existem separados.

Para descobrir o meu africano, a transformação das minhas acções teria de vir como uma consequência da minha expressão interior. Descobri-o quando comecei a fazer capoeira, quando bebi da fonte rastafari, quando nasceu a minha filha...

O Africano que escolho ser, é o de alguém que traça a sua origem a África, e que pertence à Raça Humana. África não é para onde vou, mas sim de onde vim. O meu caminho é para a Vida, para o compromisso da Criação, para a Paz e o Amor.

O maravilhoso da Perfeição da Criação, é que precisei de separar para poder juntar, precisei que me afastassem de África, para a poder encontrar, precisei que me despojassem de identidade para poder encontrar a minha Alma. Agradeço aos Anjos que me desafiaram a iluminar o meu caminho. Namastê.

...vivemos no paraíso, e neste Jardim o Homem terá tudo o que precisa. Assim é.
[fim.]

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Introdução a Rastafari (parte 4/4)

baseado e inspirado pelo artigo
"An introduction to Rastafari by Ras Charles and French Dread".



A via Rastafari e os seus Símbolos.

Como qualquer espiritualidade, Rasta tem as suas próprias tradições, e os seu símbolos... Dreadlocks, Ganza, as cores Rasta, a Estrela de David, etc. [leia mais...]

Dreadlocks: estes têm diversos significados. Em primeiro lugar, pertencem à história bíblica através do voto dos Nazarenos, que proibía o cortar e pentear o cabelo. (nota: Importa aqui assinalar que ter locks não faz da pessoa rasta, e o inverso também é aplicável, há muitos rastas que optam por cortar o cabelo). As locks ou mechas de cabelo evocam a aparência de raizes, as raízes do homem, da consciência, da espiritualidade, tornam-se um símbolo da sua interligação com Jah. Como dizia Marcus Garvey, “(...) um homem que desconhece o seu passado, é como uma árvore sem raíz”. As mechas também evocam o simbolismo da juba do Leão, e da ligação a Haile Selassie I, Leão conquistador da tribo da Judeia.

Cannabis: Também conhecida como Hemp, Marijuana, Kaya, Sensimilla, Ganja, ou”Healing of the Nations”, é um sacramento usado pelo Rasta. A lenda diz que a Erva Sagrada foi encontrada a crescer no túmulo do Rei Salomão, e o seu uso provém da Bíblia “(...) e comerás das ervas do campo (...)” (Genesis 3:18), “(...) e comam toda erva da terra (...)” (Êxodo 10:12), “Melhor é um prato de hortaliça, onde há amor, do que o boi gordo, e com ele o ódio.” (Proverbios 15:17), “Fazes crescer erva para os animais, e a verdura para uso do homem, de sorte que da terra tire o alimento,” (Salmos 104:14). Rasta usam Erva para meditar (simbolizando o Arbusto Ardente), para fins medicinais (exe. Asma), fins alimentares (as sementes são muito nutritivas), para fazer tecidos, roupa, sapatos e corda.

A Bandeira Rasta: O vermelho, amarelo e verde são as cores da bandeira Rasta. O vermelho simboliza o sangue do povo, o amarelo a prosperidade roubada, mas ainda presente, e o verde o Éden africano. A bandeira pode também ser vista durante celebrações coptas na Etiópia. Vários países africanos exibem estas cores na sua bandeira, sendo as cores pan africanas (Mali, Guiné, Etiópia, Benim, Camarões, Congo, Ghana, Togo, Senegal, Moçambique, Zâmbia, Ximbabwe, etc.)

A Estrela de David: A estrela de David é o símbolo da ligação entre HIM (His Imperial Magesty) Haile Selassie e David. Quando HIM faz o selo de Salomão com as suas mãos, podemos verificar que parece a estrela de David. O Rasta revê-se na história dos Israelitas em exílio na Babilónia. A estrela David é o símbolo de Israel.

O Leão Conquistador e o Cordeiro: Ambos simbolizam HIM Haile Selassie, de acordo com “Revelações” e a abertura dos 7 selos. Representam as duas faces da mesma realidade, Yin e Yang, Bom e Mau, Princípio e Fim, Alfa e Ómega.

[fim.]

domingo, 14 de junho de 2009

Introdução a Rastafari (parte 3/4)



História e Profecia.

O nascimento do movimento rastafari pode ser oficialmente datado de 2 de Novembro de 1930, quando o Príncipe Ras Tafari Makonnen foi coroado Imperador da Etiópia e adoptou o seu novo nome Haile Selassie I. [leia mais...]

Este não foi para muitos um acontecimento fortuito. Um ano antes, Marcus Mosiah Garvey, na Jamaica, teve uma visão profética, dizia que um rei seria coroado em África (não esquecer que nesta altura, apenas a Etiópia se mantinha autónoma da colonização Europeia de África).

Após a coroação de Sua Majestade Imperial Haile Selassie I (Poder da Trindade), muitos se viraram para a Bíblia em busca de sentido e confirmação. Encontraram-na nos salmos: “Um principe virá do Egipto, e a Etiópia em breve tocará Jah”. A profecia tinha sido cumprida, e estes foram os primeiros rastafari.

Além de carregar o título de “Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Leão conquistador da tribo de Judeia” presente em “Revelações”, Haile Selassie I é o 225º descendente do Rei Salomão, filho de David e da Raínha de Sabá, esta sincronicidade entra a vida de Haile Selassie I e a Bíblia fundamentou ainda mais junto dos primeiros rastas a noção de que Haile Selassie I era de facto o Salvador.

Estes Rastas da Jamaica, vinham dos piores bairros de lata, e eram frequentemente espancados, perseguidos e aprisionados. Mas foram os que lançaram as fundações deste movimento da diáspora africana, que iniciaram o resgate do orgulho e da identidade africana. Por isso são, e devem ser, até hoje reconhecidos e honrados como a vanguarda de resistência africana, que permitiu o desabrochar da filosofia Rastafari.

Se nos anos ’30 ou ’40 o movimento vivia uma calma aparente, nos anos ’50 a ’70 confrontou-se com a crescente perseguição das classes médias e altas da sociedade Jamaicana. Rastas eram considerados proscritos fora-da-lei. Por seu lado o Rasta encarava a sociedade Jamaicana como a Babilónia, símbolo do “mal” e do desequilíbrio. A sociedade era o opressor, não era o seu lar mas sim o cativeiro de um povo roubado de sua terra e identidade. Enquanto não houvesse regresso a África (Êxodo) não haveria paz.

Apesar da opressão da sociedade Jamaicana, da polícia, dos média, e mesmo da população em geral, as ideias do movimento atravessaram fronteiras, expandindo-se pelo Caribe, Estados Unidos da América (ajudadas pelo movimento do Black Power Protest "Poder Preto" nos anos ‘60), e em especia pela Inglaterra.

Em meados de ’70, o movimento viu a sua imagem mudar radicalmente graças ao impacto do Reggae e do seu maior representante... Robert “Bob” Nesta Marley.

Hoje são muitos os que aceitam Rastafari, mas ainda há muitas cabeças (Ras) que temem o julgamento da sociedade e do seu irmão. Outros lutam para viver a sua via.
[fim.]

sábado, 13 de junho de 2009

Introdução a Rastafari (parte 2/4)

baseado e inspirado pelo artigo
"An introduction to Rastafari by Ras Charles and French Dread".



O que é Rastafari...

Rastafari é uma leitura teológico-filosófica de raízes católica e afrocêntricas que religa e integra Homem e Deus. Vejo Rastafari como um movimento de Africanos (todo aquele que se identifica com África), que identifica África como o Berço da Criação. [leia mais...]

África sempre teve um papel central na história religiosa, cultural, científica e tecnológica do Homem. Simbolizada nas Escrituras como Etiópia (I-tiópia), África é um polo emocional para muitos africanos, chamando para a terra dos nossos antepassados, esses, retirados à força há mais de 500 anos pelo Tráfico Negreiro (Maafa), o Holocausto Africano.

Este chamamento é insuportavelmente pungente no Rastafari. Para Rasta é importante que o “Povo Preto” saiba da sua origem, e da sua história, para que possa desenvolver um sentimento de africanidade, orgulho e integridade. África é nobreza e o Africano é seu filho. A ninguém precisa jamais o africano de servir ou admirar.

África é património da Humanidade, não pertence ao africano, pelo contrário, é este que lhe pertence, e é aí que reside o seu orgulho, a sua identidade. Urge recuperar a cultura africana, pois foi denegrida, desmantelada, humilhada e escondida durante muitos séculos. Agora compete ao africano reclamar a sua herança para que possa dar o seu contributo para o Advento de uma Nova Consciência Global.

Vejo Rasta como um Guerreiro Sagrado, ao serviço de África, numa luta pela reconstrução de África, e pela redenção do Homem. Vejo Rasta como um Arquitecto Sagrado, como uma parte da Parede-Mestra que suporta a Harmonia entre os Homens.

Para tal, Rasta não deve lutar contra a Babilónia através das suas armas e munições, mas sim pelo resgate do seu poder ancestral, poder escondido na cultura e no subconsciente colectivo do africano. Munido desse poder, Rasta poderá trazer a união e construir a via que transforma o sofrimento que a Babilónia impõe, sofrimento que nos impede do progresso e da iluminação.

Esta visão afrocêntrica não responsabiliza o “Povo Branco” (ou de qualquer outra côr) pelos males, pois somos todos filhos de Jah. Mas no nosso seio Babilónia prospera, perturbando o Santo Equilíbrio. Babilónia são as barreiras que impomos à nossa felicidade. Babilónia é a divisão entre os Homens. Por isso rasta evita os “ismos” porque qualquer categoria divide, e deixa algo de fora. Rasta luta pela libertação do Homem, “O Povo Unido jamais sera vencido!”

“We are but One... I and I”
[fim.]

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Introdução a Rastafari (parte 1/4)

baseado e inspirado pelo artigo
"An introduction to Rastafari by Ras Charles and French Dread".


O Objectivo e o "Porquê" da Via Rastafari.

Olhemos para Jah, para Deus que escolheu o Homem para que este tivesse um lugar singular e único em toda a Criação. Ao Homem foi dada a Razão e a Inteligência.

Vivenciemos Deus com Confiaça e Fé. Não estamos nem sós, nem contra a Criação, esta é a Sua Obra e nós somos parte dela, olhemos para dentro das nossas almas. Estamos fadados à transcendência. Tornar-nos-emos maiores do que algumas vez fomos, cresceremos em espírito, em coragem... na vida e na Vida.

Nas palavras de Hailé Selássie I:

"Há que suplantar a vivência mesquinha. Mesmo que o peso da história nos tente esmagar, não daremos a nossa dedicação ou aliança a nenhum país ou nação, mas sim ao homem nosso irmão, para assim nos tornarmos membros de uma nova raça: A Raça Humana."

quinta-feira, 28 de maio de 2009

The Meaning of Reasoning

by Ras Mandingo jahson

Greetings Idrens and Sistrens,
I was wondering about the word "reasoning". That's something I feel happy I can exercise here. I was trying to find a word in Portuguese, and ended up building one, as I couldn't find one that I felt really represented this feeling.

When we translate, we actually make an interpretation, looking for ideas that can be compared. Reason (razão in Portuguese), the capacity that we all have to FEEL when something is right. We get to clearly SEE something that someone tells us, and we can confirm this in the very inside of our conscience. Reasoning, the action of being able to use one's reason. I thought about arazãonamento, in Portuguese, which doesn't really exist as a word. You do have arazoamento; this is the word in classic Portuguese, even though I don't FEEL it really transmits ALL I FEEL in the word reasoning.

Yes, reasoning is an art. Art is articulation, and so is reasoning. I guess one thing necessary for a person to be able to reason is that the person is humble, is striving to be free, free from mental bondages and slavery. This is a powerful exercise for the mind. Our mind gets stronger with that and as a result, we get to be able to RELATE to other people, strengthen the intimacy and the human relation with everybody.

I guess, this is one of the greatest treasures in Rasta Livity: Reasoning Process. Sometimes there are some fiery feelings, but, if the intention is of brotherhood, the differences can be exercised and the similarities can be strengthened. I give thanks and blessed love for the possibility of being here, daily (and nightly), virtually and still reality, reasoning and learning and growing and clarifying and demystifying... Yes RASTAFARI, NYABINGI I, EARTH RIGHTFUL RULER, Blessed be the power of revelation by Information and Inity.

Ras Mandingo Jahson

Posted: Friday, March 14, 2003 in
http://rastafaritimes.com/rasnews/viewnews.cgi?newsid1047677439,82598,.shtml

sábado, 23 de maio de 2009

Leão Rasta

"O leão conquistador da Tribo da Judéia"

imagem tirada de
http://media.photobucket.com/image/lion%20of%20judah/sdut1/Lion-of-Judah.jpg

O Leão, é um animal de porte, e de nobreza. Usado na Bíblia para descrever Jesus Cristo como o "Leão da Judeia", evoca e empresta todo o imaginário arquetípico do chefe, líder, lutador, respeito, firmeza, ferocidade, agilidade, rapidez, destreza, aquele que faz tremer, etc...

Os locks de um rasta, também chamados de "dreads" assemelham-se à Juba de um Leão. Cada rasta é um rei na sua própria vida. Cada ser humano é um ser divino e rei de si. A nossa consciência cria a nossa realidade, o foco positivo cria uma realidade positiva e "uplifting". Assim podemos ser os Leões da nossa vida.

Haile Selassié - Discurso

"Discurso de Hailé Selassie às Nações Unidas em 1963"


"(...) That until the philosophy which holds one race superior and another inferior is finally and permanently discredited and abandoned: That until there are no longer first-class and second class citizens of any nation; That until the color of a man's skin is of no more significance than the color of his eyes; That until the basic human rights are equally guaranteed to all without regard to race;
That until that day, the dream of lasting peace and world citizenship and the rule of international morality will remain but a fleeting illusion, to be pursued but never attained;
And until the ignoble and unhappy regimes that hold our brothers in Angola, in Mozambique and in South Africa in subhuman bondage have been toppled and destroyed; Until bigotry and prejudice and malicious and inhuman self-interest have been replaced by understanding and tolerance and good-will; Until all Africans stand and speak as free beings, equal in the eyes of all men, as they are in the eyes of Heaven;
Until that day, the African continent will not know peace. We Africans will fight, if necessary, and we know that we shall win, as we are confident in the victory of good over evil.(...)"

His Imperial Majesty
Haile Selassié I
King of Kings
Conquering Lion of the tribe of Judah
Descendant of King David

sábado, 16 de maio de 2009

Selah

"Para e contempla..."

imagem tirada de
http://www.officialbhuldahcompany.com/night%20pyramid.gif

Palavra que tem um efeito semelhante a Amen, embora sejam muito distintas. Selah representa a pausa para pensar, o silêncio que sublinha a música, aquele momento em que abres a tua mente e te religas à raíz, e portanto à essência das coisas.
(para complementar, consulte a wikipedia)

Ini Roots

Rasta Hair from http://andusimion.deviantart.com/art/Dreadlocks-46228698Esperei 4 anos para deixar crescer o cabelo, para que não mo cortassem quando fosse para a tropa... Nunca fui chamado para cumprir o Serviço Militar. Quando deixamos, o medo domina a nossa vida, e vivemos na insatisfação e na espera.

Mas todos os dias crescemos mais um pouco. Todos os dias o Amor e o Medo, o Cosmos e o Caos se degladiam, e dessa dialética nasce a Luz, o Movimento. É quando deixamos que um dos lados domine sobre o outro que surgem as Trevas.

Lutei contra o medo e entreguei ao Jahniverso o Alfa e o Ómega. As coisas fluiram, o medo não desapareceu mas transformou-se nos muitos obstáculos que pavimentam o meu caminho, mas hoje esses esbatem-se na minha memória e para trás vejo apenas o amor e as lições que aprendi.

As histórias nunca acabam, continuamos a escrevê-las e por isso os desafios também. A cada dia Jah acha-me digno de ultrapassar novas barreiras mais altas, mais poderosas... mais interiores. Agora tocam a minha essência perguntam-me quem eu sou e porque caminho aqui.

Lembrarei que o Caminho é o Tao de cada um. Uma Viagem de conhecimento, poesia e experiência, ascensão e queda, luz e sombra, sorriso e choro. Agradeço a Jah por tudo o que me abençoa. A hora é chegada para o Caminhante liderar a sua marcha.

Obrigado a todas as almas que cruzam o meu caminho, porque sem elas não seria nada... vocês são Luz. Selah

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Rastafari by RasIene (part 2/2)

April 22, 2003, Rastafari Speaks Reasoning Forum

Precepts of Rastafari
We are basically vegetarian. Abstain from: Swine (Pig) Meat, Cow Meat, Goat Meat, and any form of flesh eating. In some cases some of our brothers eat scale fish only* Abstain from Liquor, beers, and other mood changing drinks, in most cases most Rastas do not drink sodas, candies, sweets or use salt, if so it is done sparingly. However, in some instances natural wine may use where health is concern. Harm not yourself or your Sistren or Brethrens, do not put yourself in situation where you become trap or ridicule by the system of Babylon. That is do not mix with people who will bring harm or evil to you. Rastafari do not preach instead I and I teach: Love, The Messages Of Haile Silassie I, health, reasoning to resolve disputes, self government, and right thinking using only positive language. For example, Rastafari use words like Forward, Overstand, Sight up, Livity. These words signify coercions, Kingly and Queenly thinking.
Rastafarians do not believe in using sharp instrument to round the corners of one's head, Tattooing, or marking one's body for fun and pleasure. Do not participate in modern day pleasures and that is definable by the Rases. In your case it could mean you should not be putting on makeup, cutting your body parts to improve it looks for pleasure only; unless where medical concern is required. It could mean also, you must not be carrying yourself around to cause lust upon yourself when not merited, showing your body to the public just to stimulate wantonness, lust, self worship or to bring harm*.
Our help is to our Sistrens and Brethrens the Rastafari family first then others in the universe. That is we must always hold the love and protection of the Rastafari culture, way of life, and people first. If a Brother or Sister needs help we must reach out to them without any scorn.

A minha leitura rastafari

Muitas vezes andamos à procura de nos definir, e nessa procura às vezes perdemos coisas essenciais, e andamos em círculos... mas na vida nada se perde, tudo se transforma, e um dia acabaremos por receber os frutos do nosso caminho!

Assim, para mim rastafari representa mais um dos pilares de quem eu sou. Se falarem comigo não me vão ver a fumar ganza, ou a pertencer a algum culto secreto, e muito menos ter bichos e cheiro fétido no meu cabelo. Inclusivamente se procuram rastas, comigo até poderão ficar um pouco desapontados, afinal de contas visto-me de maneira ocidental, trabalho numa grande instituição, sou psicólogo, etc... Será que sou rasta? Pois é, a primeira coisa que podemos pensar juntos é que o rastafari não se extingue naquilo que nós achamos que é, rastafari é mutável e evolutivo, e por isso quando o tentamos fixar, ele transmuta-se e surpreende-nos!

Mais concretamente, sinto rastafari como a expressão na diáspora de um desejo de voltar ao ventre materno arquetípico africano, o regresso ao Éden de onde fomos arrancados contra nossa vontade, o regresso triunfante a Zion depois das provações da Babilónia.

Muitas leituras podem ser feitas, desde as mais materiais, às mais místicas e simbólicas. Eu escolho pensar que este Êxodo é uma viagem interior ao nível psicológico e da identidade, com semelhança à circum-ambulação de Carl G. Jung (mandala), trata-se no fundo de encontrar a individualidade perdida, na síntese do reencontro entre a parte que partiu, e a que ficou!

Assim, o rastafari não é o africano, mas vem de lá e para lá retorna, diferente, mudado, acrescido, fechando o círculo da espiral do crescimento. No fundo nunca deixou de ser africano, mas para se conhecer, teve que abandonar África, separar-se violentamente do ventre materno, para durante uma vida fazer o caminho de volta.

A visão do rastafari que mais "tempo de antena" tem, acaba por descrever o "rastafarianismo" como:

"(...) a monotheistic, Abrahamic, new religious movement[1] that accepts Haile Selassie I, the former Emperor of Ethiopia, as the incarnation of God, called Jah[2] or Jah Rastafari."

(Um novo movimento religioso, monoteísta e Abraãmico, que aceita Haile Selassie I, antigo Imperador da Etiópia como a incarnação de Deus, chamado de Jah ou Jah Rastafari
)
tradução livre de Lopes

Esta foi também a visão que partilhei durante muito tempo, e que era ao mesmo tempo um obstáculo para que abraçasse mais fortemente a cultura rastafari. Não há dúvida que há raízes importantes na origem deste movimento, mas os seus preceitos paz, amor e fraternidade são comuns a todas as tradições religiosas, e se isso não me convenceu a trilhar outros caminhos porque trilhar este?

Por causa de África. Por causa da minha própria condição, exilado num país que não reconheço como meu e onde me sinto estrangeiro. Esta lacuna provoca um desejo, um desejo de conhecer o que me falta, e assim dou o primeiro passo. Hip Hop, basquete, capoeira, rituais, Luanda, música... vou pesquisando e juntando as peças do puzzle da Africanidade perdida, não sou angolano, porque a minha busca não é política mas antropológica, psicológica, social, étnica... sou... ou procuro ser... africano.

Este afrocentrismo pretende cortar com as histórias de vitimização e auto-vitimização, e recuperar a importância e a auto-estima de toda a humanidade, pois a Humanidade só poderá ser livre quando cada um dos povos, comunidades, grupos étnico, etc., puder erguer a cabeça em orgulho do seu passado e do seu legado. (ver H.I.M. Discurso às Nações Unidas em 1963)

A capoeira ajudou-me a traduzir rastafari para mim. Ambas africanas, ambas com grande influência católica, mas lutando para se libertar do opressor, esquecendo apenas por momentos que são mestiças, filhas do oprimido e do opressor, como deve e tem de ser.
Ambas são mais construídas pelas pessoas que as practicam do que por um líder eleito oligarquicamente que se apresenta como a palavra sagrada ou mandatado por Deus.

Anarcas por natureza, procuram devolver o poder àquele que practica, não há regras, a não ser paz, amor e fraternidade, que se resume tudo ao amor, amor a Deus, amor a mim próprio, amor ao próximo, amor à minha comunidade, amor a toda a minha família de seres vivos e não vivos.

Rastafari através de InI procura deitar abaixo as barreiras que separam os seres e reconhecer (namaste) a divindade que cada um tem pulsando em si.

Os locks são também uma parte importante, representam o deixar o cabelo natural e livre, sem ter que imitar os cabelos dos ocidentais, há muitas mudanças a ocorrer e eu sou parte delas, porque também levo a minha mudança comigo... e que grande é esta viagem... Joy in Exodus!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Rastafari by RasIene (part 1/2)

April 22, 2003, Rastafari Speaks Reasoning Forum

New to Rastafari
I must inform you that Rastafari is not a faith or religion that you go to a building (church) and become a member. Now! It is a vibes, which starts with self. How so? You first recognise that you are more than just living for living sake. I can see that you are in the realm of consciousness and that is the step towards Rastafari. Rastafarianism has a lot to do with how you conduct yourself among your Sistrens and Brethrens. Every human being have a sense of life. The things is that will be important to you is does that sense of life you are aware of make any sense at all is it harming me or my other fellow Sistrens and Brethrens around I and I. If you can say yes it make sense, yes it is not harming I or any one else then you are in tune to the way of Rastafari. And thus to make you overstand I shall say this to you which is the basic tenets of Rastafari-given to our early Brethrens by Ras Sam Brown who has since Passed away.

Capoeira e Rasta

Abril de 1998: Batizado da Academia Jataí na Cidade Universitária,
com a participação do Mestre Magô, Professor Corisco,
e especial participação do Professor Paulo BoaVida da
Association Le Macaque de Paris.

Em 1995, comecei a fazer capoeira. Acho que toda a minha vida poderia ser apelidada de busca, porque passo todo o tempo à procura de qualquer coisa, nesse tempo era a procura de uma disciplina marcial que me ajudasse a centrar, passei pelo Ioga, pelo Tai-Chi, e fui acabar na Capoeira.

Bem, foi uma descoberta maravilhosa, e qualquer dia tenho que postar algo sobre a capoeira, mas uma coisa de cada vez, e não quero divagar demasiado... acho que terão de estar atentos ao que se passa aqui para poderem ler mais sobre capoeira! lol!

Ora bem, nessa mesma altura comecei a deixar crescer o cabelo, por várias razões:
  1. a minha máquina de rapar o cabelo se tinha avariado

  2. não tinha vontade nenhuma de ir ao barbeiro

  3. não estava muito preocupado com o meu look, já que estava na minha fase "hippie"

  4. porque não deixá-lo crescer natural

  5. influência maioral dos "Arrested Development" (let the wind flow through your lock)

Como podem ver, em nenhuma delas refere a fé rastafari, não é que não conhecesse, apenas nunca me tinha verdadeiramente ligado ao movimento.

Se a minha vida é uma busca, acho que há muitas coisas que vou serendipidicamente encontrando no meu caminho, pequenas coisas que são jogadas no meu trilho, que aparentemente inúteis ou despropositadas depois se tornam centrais... como foi o caminho rastafari!

Frequentemente encontrava malta rastafari que me cumprimentava, porque ao deixar crescer o cabelo, foram-se formando uns rolinhos na minha cabeça, ora esta malta não só me cumprimentava, como falava comigo, e começaram a explicar-me o que era ser rastafari, tive a sorte de encontrar malta muito disponível e interessante, e simpatizei com o movimento, principalmente porque não é absolutista, mas muito anarca, porque cada um na sua relação com Jah vai fazendo o que considera justo, unidos por uma carta de princípios comuns, onde saliento o Respeito, Deus Único (Jah Rastafari), Natureza e Naturalidade (Ital), H.I.M., e África!

Cada rastafari é um guerreiro da paz e harmonia, uma fábrica da natureza e conexão com a natureza, um científico da filosofia e religião, um ditador de liberdade e união.