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domingo, 14 de junho de 2009

Introdução a Rastafari (parte 3/4)



História e Profecia.

O nascimento do movimento rastafari pode ser oficialmente datado de 2 de Novembro de 1930, quando o Príncipe Ras Tafari Makonnen foi coroado Imperador da Etiópia e adoptou o seu novo nome Haile Selassie I. [leia mais...]

Este não foi para muitos um acontecimento fortuito. Um ano antes, Marcus Mosiah Garvey, na Jamaica, teve uma visão profética, dizia que um rei seria coroado em África (não esquecer que nesta altura, apenas a Etiópia se mantinha autónoma da colonização Europeia de África).

Após a coroação de Sua Majestade Imperial Haile Selassie I (Poder da Trindade), muitos se viraram para a Bíblia em busca de sentido e confirmação. Encontraram-na nos salmos: “Um principe virá do Egipto, e a Etiópia em breve tocará Jah”. A profecia tinha sido cumprida, e estes foram os primeiros rastafari.

Além de carregar o título de “Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Leão conquistador da tribo de Judeia” presente em “Revelações”, Haile Selassie I é o 225º descendente do Rei Salomão, filho de David e da Raínha de Sabá, esta sincronicidade entra a vida de Haile Selassie I e a Bíblia fundamentou ainda mais junto dos primeiros rastas a noção de que Haile Selassie I era de facto o Salvador.

Estes Rastas da Jamaica, vinham dos piores bairros de lata, e eram frequentemente espancados, perseguidos e aprisionados. Mas foram os que lançaram as fundações deste movimento da diáspora africana, que iniciaram o resgate do orgulho e da identidade africana. Por isso são, e devem ser, até hoje reconhecidos e honrados como a vanguarda de resistência africana, que permitiu o desabrochar da filosofia Rastafari.

Se nos anos ’30 ou ’40 o movimento vivia uma calma aparente, nos anos ’50 a ’70 confrontou-se com a crescente perseguição das classes médias e altas da sociedade Jamaicana. Rastas eram considerados proscritos fora-da-lei. Por seu lado o Rasta encarava a sociedade Jamaicana como a Babilónia, símbolo do “mal” e do desequilíbrio. A sociedade era o opressor, não era o seu lar mas sim o cativeiro de um povo roubado de sua terra e identidade. Enquanto não houvesse regresso a África (Êxodo) não haveria paz.

Apesar da opressão da sociedade Jamaicana, da polícia, dos média, e mesmo da população em geral, as ideias do movimento atravessaram fronteiras, expandindo-se pelo Caribe, Estados Unidos da América (ajudadas pelo movimento do Black Power Protest "Poder Preto" nos anos ‘60), e em especia pela Inglaterra.

Em meados de ’70, o movimento viu a sua imagem mudar radicalmente graças ao impacto do Reggae e do seu maior representante... Robert “Bob” Nesta Marley.

Hoje são muitos os que aceitam Rastafari, mas ainda há muitas cabeças (Ras) que temem o julgamento da sociedade e do seu irmão. Outros lutam para viver a sua via.
[fim.]

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